sexta-feira, 25 de janeiro de 2013

Que dor! A tragédia da criança de 11 meses

A tragédia da criança de 11 meses “esquecida” no carro pelo pai, que é delegado de Polícia em Santa Rosa, me marcou muito. Quando soube da notícia, fiquei perplexo. Deu um frio na barriga em imaginar a reação do pai, quando a mãe ligou, perguntando pela criança, que não estava na creche.
Fecho os olhos novamente e mais uma vez tento imaginar a cena. O pai indo em direção ao seu carro, já quase desesperadamente torcendo para que não fosse verdade a real hipótese da criança estar lá.
Um pai que estava indo combater a criminalidade. Um pai com a missão de trazer paz à sociedade. Um pai que certamente estava com a cabeça enraizada em problemas funcionais a serem resolvidos. Que dor.
Não conheço o delegado. Não conheço sua família. Mas quero abraçá-los com muito carinho, através desta singela homenagem. Quero poder, de alguma forma, forçar uma corrente positiva de paz, de amor, de esperança e de muita força para que possamos amenizar seus sofrimentos.
Pois que dor, gente. Que martírio a perda de um filho. Ainda mais quando pequeno. Ainda mais, de forma trágica. O mundo silencia em segundos. Nenhum ruído. Mas ouvimos apenas seu choro e suas gargalhadas que estão guardados em nossa memória.  O mundo escurece como se estivéssemos entrado em uma escuridão eterna. Mas, de repente, uma luz em nossa mente traz seu sorriso.
O mundo simplesmente fica gélido. Mas nosso amor, que nos uniu e apenas o nosso amor, aquece nosso coração como se fosse uma resposta contra um possível desatino. Sim. Um possível e eminente desatino. Cobramos-nos. Responsabilizamos-nos. Revoltamos-nos. Perguntamos-nos. Questionamos-nos.
Por quê? Por quê? Por quê?
As respostas, aparentemente, não estão presentes. Nossa crença ou descrença faz-nos acreditar em várias hipóteses. Nossa religião faz-nos acreditar em diferentes possibilidades. Mas cada um com sua crença ou religião deverá elevar sua fé a Deus e pedir serenidade para enfrentar este grande deserto.
E quando estamos no deserto, uma pequena e insignificante quantia de água é o suficiente para nos fortalecer, para que possamos andar. Andar para a vida. Andar para frente. Mesmo com muita dor. Mesmo desanimados. Mesmo como pouca força.
Espero, de coração, que esta pequena condolência seja esta quantia de água, para que todos aqueles que estão no deserto, possam levantar. Possam respirar. Possam voltar a amar. Com menos dor. Com menos sofrimento.
(A) Carlos Alberto C. de Aguiar Jr.
(http://www.folhadonoroeste.com.br).

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