sexta-feira, 4 de janeiro de 2013

Bala na Cara estariam envolvidos com assalto em Cotiporã

Bala na Cara estariam envolvidos com assalto em Cotiporã Caco Konzen/especial
Refém reconheceu um dos bandidos em matéria do DG Foto: Caco Konzen / especial


A facção atua dentro e fora dos presídios gaúchos


As buscas feitas há três dias pela Brigada Militar, sem sucesso, em áreas rurais da Serra, não se resumem aos quatro bandidos já identificados no assalto a uma fábrica de joias domingo, que resultou na morte de três quadrilheiros.

Um quinto assaltante, cujo nome ainda é mistério, continua foragido entre parreirais. Segundo um PM que participou do tiroteio, este homem, mesmo ferido, desafiou o brigadiano antes de sumir:



- Sou "Bala na Cara", não me entrego nunca!

A facção citada é uma das maiores que atua dentro e fora dos presídios gaúchos. Surgida no início dos anos 2000, ganhou força ao fazer assaltos. Depois, se especializou no tráfico de drogas. Elisandro Falcão, o foragido número 1, morto em Cotiporã, teria se associado aos Bala na Cara após perder seu parceiro Julianinho, assassinado em agosto passado.

"Agora não tenho nada a perder"

A polícia ainda não sabe a ligação do quarteto com os Bala. Mas tem bons motivos para desconfiar que os quatro atuaram no crime de Cotiporã. Primeiro: Luciano da Silveira (condenado por roubo de veículos), 34 anos, Carlos da Silva (antecedentes por receptação e tráfico), 35 anos, Dejair Jorge Santos dos Reis (antecedentes por assalto), 39 anos, e Carlos José Machado dos Santos (cumpria pena por assalto), 40 anos, fugiram juntos do Instituto Penal de São Leopoldo. A segunda pista: Carlos da Silva é irmão de Paulo César da Silva, um dos mortos no confronto com a BM. O que se confirma pela afirmação de um dos mascarados a uma família refém:

- Mataram meu irmão, agora não tenho nada a perder.

Refém reconhece bandido pelo DG

Como os quatro não retornaram à prisão semiaberta onde se encontravam, os policiais deduzem que estavam juntos no assalto.

Além disso, Dejair e Carlos José foram reconhecidos por reféns, que viram ontem as fotos dos suspeitos procurados pela BM publicadas no Diário Gaúcho.

Outra família vira refém do quarteto

Ao soltar fogos de artifício na noite de Réveillon, a família Casanova, do interior de Bento Gonçalves, brincava que avisava bandidos perdidos no morro onde eles poderiam encontrar guarida. Boca santa: à 1h30min de ontem, quatro criminosos invadiram a chutes a residência à beira do Rio das Antas, na Linha Ferri. Sete pessoas foram feitas reféns pelos bandidos que haviam assaltado a fábrica de joias em Cotiporã, a poucos quilômetros dali.

No lar, encontraram o agricultor Vanderlei, 38 anos, e a mulher, Ivonete, 31 anos.

- Quando acordei e vi minha esposa com uma arma na cabeça, agarrei ela com força e comecei a gritar - relembra, nervoso.

Em seguida, a filha Ionara, 13 anos, a tia Natalina, 70 anos, e a mãe, Luísa, 71 anos, foram pegas.Com toucas ninja, molhados, mal cheirosos e famintos, os ladrões amarraram a família e desceram ao porão para comer queijo, carne e torta. Eles beberam cerveja e pegaram refri.

A 20m dali, a casa de Ari, 42 anos, irmão de Vanderlei, também foi invadida. Ele e a mulher, Márcia, 37 anos, se juntaram ao grupo. Então, os invasores pegaram um Escort e um Chevette da família. Pouco andaram até fugir num Tiida vermelho - seria de comparsas. O carro foi visto ontem em Canoas.

Ladrões pagam R$ 50 pela janta

Na cabeceira do quarto do casal, uma nota de R$ 50 foi deixada pelos ladrões, como pagamento pela refeição.

- A gente mora numa região rica por causa da natureza e das joias de Cotiporã. Mas, "porco zio", isso atrai bandidos - esbravejou um vizinho dos Casanova.

Quadrilha teria outros dez

Além dos cinco foragidos e dos três mortos, a quadrilha que vem tocando o terror no Estado usando explosivos teria outros dez integrantes, embora não se saiba qual a participação deles em Cotiporã.

Conforme o relatório reservado de inteligência número 002-02012013 da Agência Central de Inteligência da BM, estes sujeitos seriam mescla de assaltantes da Região Metropolitana e de remanescentes da Quadrilha da Van (grupo que arrastava caixas eletrônicos usando van).

Um deles é mulher, que reféns ouviram falando num dos radio usados pelos bandidos na mata.

- Domingo, 2h - Bando invade bar, faz inúmeros reféns e invade fábrica de joias Guindani, no Centro de Cotiporã. Minutos depois, BM interrompe a fuga e mata três bandidos. Cinco reféns são liberados e cinco ladrões somem na mata. No caminho, invadem uma casa e fazem sete pessoas reféns.

- Domingo, 23h - Reféns são encontrados em parreirais da Serra.

- Terça, 1h30min - Quatro bandidos fazem nova família refém. Jantam na casa e tentam fugir em dois carros, sem sucesso. Mas, com o celular das vítimas, conseguem a ajuda de comparsas.
(http://diariogaucho.clicrbs.com.br).

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