DUAS HORAS
DE MEDO E TENSÃO EM IPANEMA
(Página. ZH. 46) A vizinhança já andava em alerta. Corria
pelo bairro a notícia de uma série de assaltos à residência nas últimas
semanas. 04/10, a ação acabou frustrada pela polícia, mas só se encerrou depois
de duas horas de tensão para uma família da zona sul da Capital, incluindo um
bebê de cinco meses. A mulher de 32 anos chegava em casa, em Ipanema, por volta
das 14h, acompanhada da mãe e da filha. O portão eletrônico estava baixando
quando ela foi surpreendida por um casal de assaltantes dentro do pátio.
Armados com dois revólveres e uma pistola 9mm, eles invadiram a residência. A
movimentação chamou a atenção da vizinhança, e a Brigada Militar foi acionada.
A viatura que patrulhava a região chegou em seguida ao local, mas foi recebida
a tiros pelos assaltantes e recuou à espera de reforço. À primeira vista, a
ação já tinha três ingredientes que geravam apreensão. Primeiro, os PMs
avistaram uma garota armada. Era uma adolescente de 17 anos com um revólver em
punho. Em seguida, um negociador foi destacado pela Brigada Militar, mas todos
se perguntavam: como um bebê reagiria à tensão do momento? A apreensão se
espalhava na medida que mais e mais policiais se aproximavam do local. Cerca de
cem PMs se posicionaram estrategicamente pelo quarteirão, ocupando inclusive a casa
de vizinhos. Por fim, o nervosismo dos assaltantes se refletia nas mais de 20
ligações disparadas para o celular do engenheiro Cristiano Costa, que largou
tudo o que estava fazendo na empresa, em Triunfo, para saber o que passava na casa
com a sua família. “Eles me ligavam e exigiam a imprensa, queriam segurança”,
detalhou. Antes mesmo da ocorrência terminar, os policiais já sabiam com quem
tratavam. Com passagem pela polícia por tráfico, roubo a residência e a
estabelecimento comercial e homicídio, Ronaldo Borges da Rosa, 34 anos, era uma
ameaça. “Foi uma negociação que exigiu habilidade, muito diálogo, paciência e
técnica policial”, resumiu o coronel Alfeu Freitas Moreira, à frente do Comando
de Polícia Ostensiva da Capital. Engajado nas negociações, o subcomandante do
1º BPM, major Luiz Porto chegou a anunciar o fim do cárcere privado às
15h30min, mas, em seguida, todos tiveram de recuar. Dentro da casa, o
assaltante gritava assustado ao perceber o número de policiais do lado de fora.
“A situação acabou ficando tensa e tivemos de dar um passo para trás. Essa é a
hora de estabelecer confiança”, observou o policial. Foram mais 40 minutos até
o criminoso se render. Às 16h8min, ele jogou os revólveres na calçada e, com as
mãos ao alto, caminhou em direção aos PMs. Atrás dele restaram as vítimas e a
sua comparsa. Os dois foram conduzidos ao Departamento Estadual da Criança e
Adolescente (Deca) e à 2ª DPPA onde foram autuados em flagrante.
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