SECRETÁRIO QUESTIONA BM
EM ESTÁDIOS GAÚCHOS
A Secretaria de
Segurança Pública do Estado quer debater com os clubes a necessidade de um
grande efetivo da Brigada Militar a cada jogo da Dupla. O secretário Airton
Michels deseja a redução do número de policiais na segurança interna dos
estádios para, assim, aumentar o número de brigadianos nas ruas.
Michels se apoia nas regras da Fifa, que determina que as sedes da Copa em 2014 tenham segurança interna privada nos jogos, para criar uma nova cultura no futebol gaúcho. “Faz diferença ter cem homens na rua e não dentro do estádio. Na Copa, a segurança interna será privada, com apoio da Polícia Militar. A partir de 2013 temos o dever de construir esse debate”, disse o secretário.
Airton Michels cita o Gre-Nal de 26 de agosto, pelo primeiro turno do Brasileirão, para exemplificar o engessamento de parte do efetivo em um final de semana. Para o clássico, que teve 10.617 torcedores, 250 brigadianos foram mobilizados durante todo o domingo – e parte deles também no sábado. Cem estavam dentro do Beira-Rio. O secretário defende que um efetivo menor fique no estádio, contando com o apoio do BOE (Batalhão de Operações Especiais), que manteria seus pelotões na área externa.
“Parte desse efetivo poderia estar policiando a cidade no final de semana. Mas o policiamento externo continuará, é dever do Estado, isso não se discute”, acrescentou Michels. O secretário não chega a defender o retorno da “Taxa de Brigada”, uma tentativa do governo Germano Rigotto de cobrar dos clubes o serviço prestado em jogos. O advogado do Inter Mauro Glashester lembra que, após as partidas no Beira-Rio, a secretaria enviava a conta, calculada sobre o número de torcedores no estádio.
“Nenhum clube pagava e o Estado a lançava como dívida ativa, entrando com execução fiscal. Fomos à Justiça: não é possível individualizar a segurança, é responsabilidade do Estado, porque além do estádio é preciso dar segurança também ao entorno”, afirmou Glashester, citando que o Superior Tribunal Federal também entende assim a questão.
A dupla Gre-Nal gasta, em média, R$ 50 mil por jogo com segurança privada. Em grandes jogos, são 350 homens contratados. O efetivo privado cai para 200 em partidas comuns. Para o presidente do Grêmio, Paulo Odone, a discussão não se sustenta:
“É dever do Estado fazer a segurança em um estádio com 30 mil, com 40 mil torcedores. Pagamos impostos para isso. Para os clubes seria inviável trabalhar somente com seguranças. Em caso de conflito, somente policiais têm o poder de agir. Seguranças nada podem fazer”. Procurado por Zero Hora, o presidente do Inter, Giovanni Luigi, preferiu não se manifestar. (Zero Hora. Capa e página 40 com foto)
Michels se apoia nas regras da Fifa, que determina que as sedes da Copa em 2014 tenham segurança interna privada nos jogos, para criar uma nova cultura no futebol gaúcho. “Faz diferença ter cem homens na rua e não dentro do estádio. Na Copa, a segurança interna será privada, com apoio da Polícia Militar. A partir de 2013 temos o dever de construir esse debate”, disse o secretário.
Airton Michels cita o Gre-Nal de 26 de agosto, pelo primeiro turno do Brasileirão, para exemplificar o engessamento de parte do efetivo em um final de semana. Para o clássico, que teve 10.617 torcedores, 250 brigadianos foram mobilizados durante todo o domingo – e parte deles também no sábado. Cem estavam dentro do Beira-Rio. O secretário defende que um efetivo menor fique no estádio, contando com o apoio do BOE (Batalhão de Operações Especiais), que manteria seus pelotões na área externa.
“Parte desse efetivo poderia estar policiando a cidade no final de semana. Mas o policiamento externo continuará, é dever do Estado, isso não se discute”, acrescentou Michels. O secretário não chega a defender o retorno da “Taxa de Brigada”, uma tentativa do governo Germano Rigotto de cobrar dos clubes o serviço prestado em jogos. O advogado do Inter Mauro Glashester lembra que, após as partidas no Beira-Rio, a secretaria enviava a conta, calculada sobre o número de torcedores no estádio.
“Nenhum clube pagava e o Estado a lançava como dívida ativa, entrando com execução fiscal. Fomos à Justiça: não é possível individualizar a segurança, é responsabilidade do Estado, porque além do estádio é preciso dar segurança também ao entorno”, afirmou Glashester, citando que o Superior Tribunal Federal também entende assim a questão.
A dupla Gre-Nal gasta, em média, R$ 50 mil por jogo com segurança privada. Em grandes jogos, são 350 homens contratados. O efetivo privado cai para 200 em partidas comuns. Para o presidente do Grêmio, Paulo Odone, a discussão não se sustenta:
“É dever do Estado fazer a segurança em um estádio com 30 mil, com 40 mil torcedores. Pagamos impostos para isso. Para os clubes seria inviável trabalhar somente com seguranças. Em caso de conflito, somente policiais têm o poder de agir. Seguranças nada podem fazer”. Procurado por Zero Hora, o presidente do Inter, Giovanni Luigi, preferiu não se manifestar. (Zero Hora. Capa e página 40 com foto)
- 250 BRIGADIANOS
SÃO DESLOCADOS PARA O POLICIAMENTO NO ESTÁDIO A CADA JOGO DA DUPLA
- R$ 45
MIL É O CUSTO QUE O ESTADO TEM COM ESSA OPERAÇÃO
- R$ 50
MIL É QUANTO GRÊMIO E INTER GASTAM A CADA PARTIDA COM SEGURANÇA PRIVADA
- 350
HOMENS SÃO CONTRATADOS
TENTATIVA
DE COBRANÇA
Em 2007, o então secretário de segurança do Estado, José
Francisco Mallmann, buscou um acordo com a Dupla e com a FGF, para reduzir o
efetivo da BM nos estádios. O número de policiais nos jogos foi diminuído e,
conforme o acordo, para cada brigadiano presente era preciso que o clube
contasse com cinco seguranças privados. O acordo durou alguns meses. Mallmann
ainda desejava que os clubes pagassem pelo policiamento, mas não teve sucesso.
“Faria tudo de novo. Consegui colocar mais policiais na rua. Clubes investem milhões em jogadores, por que não podem pagar pela segurança?” questiona Mallmann.
O Estatuto do Torcedor prevê que o Estado faça a segurança em jogos Assim como Michels, Mallmann entende que há uma brecha na lei que permitiria à BM fazer o policiamento apenas na área externa do estádio. (Zero Hora. Página 40).
“Faria tudo de novo. Consegui colocar mais policiais na rua. Clubes investem milhões em jogadores, por que não podem pagar pela segurança?” questiona Mallmann.
O Estatuto do Torcedor prevê que o Estado faça a segurança em jogos Assim como Michels, Mallmann entende que há uma brecha na lei que permitiria à BM fazer o policiamento apenas na área externa do estádio. (Zero Hora. Página 40).
AIRTON
MICHELS, SECRETÁRIO DE SEGURANÇA DO RIO GRANDE DO SUL
“Me impressiona usar 280
policiais militares em um evento, que os deixa de fora do combate à
criminalidade durante todo o final de semana. Estamos discutindo internamente.
Vai ser um bom tema para 2013. Ou tudo privado, ou será cobrado para prestação
do serviço dos PMs. Eu prefiro que seja privado”. (Zero Hora. Página 40).
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