terça-feira, 16 de outubro de 2012

Dança das cadeiras



REFORMA EM GESTAÇÃO (COLUNA DE ROSANE DE OLIVEIRA PÁGINA 10). É cedo para garantir que o secretário da Segurança Pública, Airton Michels, será substituído por Alberto Kopittke na reestruturação que o governador Tarso Genro planeja fazer em dezembro. Tarso não fará uma reforma a conta-gotas. Como ele mesmo disse, vai esperar o resultado do segundo turno para reorganizar sua equipe para a segunda metade do governo à luz do resultado da eleição municipal. Michels está desgastado, é verdade, mas Tarso não quer tomar decisões precipitadas nessa que é a área mais sensível do governo. No início da semana, Tarso disse numa entrevista ao Gaúcha Atualidade que está satisfeito com as políticas na área da segurança e insatisfeito com os resultados. Deu a entender que o governo está fracassando na comunicação do que faz de positivo, mas esse não é problema exclusivo da área de segurança. Há poucos dias, ele pediu à Secretaria de Comunicação um plano estratégico para dar mais visibilidade às ações do governo. Nos bastidores, o governador também vem cobrando maior agilidade da Secretaria da Segurança. Kopittke é um crítico da demora na implementação de projetos como o cercamento eletrônico de Porto Alegre. Por maior que seja a afinidade do governador com Kopittke, que trabalhou com ele quando era ministro, Tarso não tem segurança de que ele esteja maduro para lidar com as pressões das corporações. A experiência bem-sucedida na implantação do programa Territórios da Paz em Canoas pesa a favor dele, mas a complexidade das relações com a Polícia Civil, a Brigada Militar e a Susepe podem levar o governador a manter Michels ou optar por alguém mais experiente do que o jovem vereador de 31 anos. Na montagem do governo, Kopittke chegou a ser cotado para o primeiro escalão, mas faltava-lhe peso político para ser secretário. Tarso o escolheu para ser secretário adjunto e deu-lhe a tarefa de coordenar uma versão estadual do Pronasci, o Proesci, Programa Estadual de Segurança e Cidadania. Só que Kopittke optou por aceitar um convite do ministro da Justiça e foi para Brasília. Assumiu como adjunto o ex-vereador Juarez Pinheiro, que tem dificuldade de relacionamento com o titular. Candidato a vereador, fez toda a campanha focado em segurança e recebeu votos em 100% das urnas da Capital, num total de 5.280. Com o mandato, ganhou estatura política, mas persiste o temor de que não tenha pulso para lidar com as disputas de poder na BM e na Polícia Civil”.

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