quarta-feira, 18 de janeiro de 2012

Reconstituição do crime levou mais de três horas às margens da ERS-020, em Gravataí

Delegado cogita entregar inquérito sobre morte de PM até o final do mês Tadeu
Peritos checaram localização dos veículos e o ângulo de visão dos envolvidos no crime

Após mais de três horas de relatos, a reconstituição da ação dos policiais paranaenses que causou a morte do sargento da Brigada Militar Ariel da Silva, no dia 21 de dezembro, foi encerrada pelos peritos do Instituto Geral de Perícias (IGP), em Gravataí. Os três agentes do Grupo Tático Integrado Grupo de Repressão Especial (Tigre) que estavam no Logan prata de onde saíram os disparos fatais contra o PM participaram dos trabalhos.

O delegado Paulo Rogério Grillo, da Corregedoria-geral da Polícia Civil (Cogepol), responsável pelo caso, avaliou o trabalho como positivo e disse que, em uma primeira análise, não foram apontados elementos diferentes da linha de investigação. Grillo espera entregar o relatório final do inquérito à Justiça até o final do mês.

— Vamos aguardar o laudo pericial para fazer uma avaliação final. A questão de quem atirou é difícil. O que temos, é que talvez os tiros tenham sido concomitantes, ou muito próximos, de lado a lado — avaliou.

Os agentes paranaenses participaram da reconstituição separadamente, cada um expôs a sua versão individualmente. Eles eram chamados pela perícia, entravam no automóvel em que vasculhavam o local em busca do cativeiro dos agricultores sequestrados e indicavam a posição em que estavam, a do carro e a da motocicleta dirigida por Ariel.

No entanto, Grillo afirmou que não pretende comentar sobre o depoimento dos policiais paranaenses:

— À medida que cada um indicou a posição dos veículos, as suas posições, os peritos puderam seguir a análise do caso sem nenhum contratempo. Mas só vamos nos manifestar após a entrega do inquérito.

Após os agentes, foram chamadas algumas testemunhas do crime. A mais importante considerada pelo delegado é um taxista, que dormia nas proximidades do cruzamento da rodovia Gravataí-Taquara (ERS-020) com a Avenida Sílvio de Freitas quando ouviu os disparos. O vigia de um posto de combustível próximo ao local do crime também teria acompanhado a cena, mas seu campo de visão era limitado.

— O taxista é o mais importante, porque estava mais próximo da cena, com a visão limpa e acordou com o barulho dos tiros. Ele confirmou a distância entre o carro e a moto e também a movimentação dos envolvidos — explica Grillo.

Antes mesmo do início do processo de reconstituição, o delegado da Cogepol confirmou que pretende comunicar à Justiça que não existe mais a necessidade do trio paranaense permanecer preso. Segundo ele, os policiais civis ficaram reclusos para não haver sobressaltos na investigação até o dia da investigação.

Grillo comentou ainda o laudo técnico divulgado pela perícia o qual aponta que o sargento da Brigada Militar poderia estar embriagado. O exame revelou que Ariel tinha 13,1 decigramas de álcool no corpo por litro de sangue.

O delegado acenou que a suposta embriaguez poderia acarretar em alterações no reflexo do PM ao passar pelo local do crime. Conforme Grillo, a revelação pode ser considerada no inquérito somente dentro de um contexto a ser avaliado.
( http://zerohora.clicrbs.com.br).

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