TRAPALHADA POLICIAL É RECONSTITUIDA (Correio do Povo, 19/01/12. Capa e página 29). Depois de participarem da reconstituição da morte do sargento da Brigada Militar Ariel da Silva, em Gravataí, os três agentes do Tático Integrado de Repressão Especial (Tigre), da Polícia Civil do Paraná, foram liberados pela Corregedoria de Polícia do RS para voltar a seu estado de origem. Eles deixaram ontem a carceragem do Grupamento de Operações Especiais (GOE), na Capital, e foram conduzidos a Curitiba por colegas paranaenses. Eles deverão ficar sob custódia da Polícia do Paraná até revogação da prisão temporária ou de nova determinação da Justiça de Gravataí. A reconstituição durou cerca de quatro horas, entre o final da noite de terça-feira e a madrugada de ontem. No dia do crime, em 21 de dezembro, Ariel tripulava uma moto Honda azul e se deparou com os três policiais, em um Renault Logan prata, investigando sequestro de agricultores.
A reconstituição faz parte dos procedimentos de investigação da Corregedoria de Polícia Civil, comandada pelo delegado Paulo Rogério Grillo. Outros três inquéritos sobre a sequência de fatos que culminaram com a morte de um dos reféns estão em andamento. O trabalho teve início às 23h15min, quando peritos do IGP posicionaram os dois veículos na esquina da avenida Sílvio de Freitas com a ERS 020, na Morada do Vale II, em Gravataí. A intenção foi analisar a angulação e a visibilidade possível tanto da vítima como dos agentes, considerando a luminosidade. Em seguida, foi a vez do primeiro policial do Paraná mostrar sua versão. Na reconstituição, ele disse que estava no banco traseiro, de joelhos, quando disparou com uma submetralhadora calibre 40. Cinco disparos foram feitos, e quatro atingiram Ariel, que teria atirado duas vezes contra o carro. Versão semelhante foi apresentada pelo segundo agente, que era motorista do veículo, e pelo terceiro, que estava no banco dianteiro do carona. Eles se preocuparam em contar o mesmo número de passos para definir a distância entre a moto e a viatura. Os agentes da Polícia do Paraná apresentaram suas versões em separado.
Na parte final do trabalho, os peritos colheram as versões de seis testemunhas. A principal foi a de um taxista que estava estacionado a cerca de 15 metros do local. Ele disse que estava dormindo quando ouviu os tiros e percebeu a aproximação de um dos policiais que acionou a luz da submetralhadora. Também depôs um vigia do posto de combustíveis que fica na mesma esquina. Ao perceber os disparos, ele contou que ficou debaixo de um carro que estava na área de lavagem. Foram ouvidos ainda dois casais de namorados. Um deles trafegava na ERS 020, quando viu a movimentação dos agentes. O outro, estava numa casa da avenida Sílvio de Freitas, atingida por um dos tiros da submetralhadora. A reconstituição se encerrou com os depoimentos de dois policiais que chegaram ao local, chamados pelo taxista, a pedido dos paranaenses.
Grillo considerou os trabalhos positivos, pelas informações que poderão ser analisadas. Para ele, o importante é aguardar o laudo pericial para chegar às definições. O delegado considera difícil saber quem teria atirado primeiro. Os agentes alegam ter agido em legítima defesa, por ter o PM atirado primeiro. Acompanharam os trabalhos advogados de defesa dos agentes, representantes da Polícia Civil do Paraná e do Ministério Público. O coronel Florivaldo Pereira Damasceno, do Comando de Policiamento Metropolitano, representou a BM.
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