segunda-feira, 23 de janeiro de 2012

FINALMENTE DIMINUEM NÚMERO DE MORTES NAS ESTRADAS DO RS

Após anos em que o crescimento econômico acarretou em mais carros e mais sangue nas estradas, 2011 mostrou ao Estado um norte para preservar vidas no trânsito. Com mais estrutura, fiscalização e tecnologia, pela primeira vez em cinco anos o número de mortes em rodovias caiu de um ano para outro. Uma mudança no panorama dos acidentes de trânsito traz alento para quem transita pelas estradas gaúchas. Em 2011, embora o número de acidentes se mantenha em alta, menos pessoas perderam a vida nas rodovias federais e estaduais do Rio Grande do Sul, mudando a curva ascendente nos últimos cinco anos. Nos 12 meses do ano passado, 949 pessoas morreram em decorrência de acidentes em estradas (federais e estaduais). O número é 7,7% menor que o índice de 2010, quando foram registrados 1.023 óbitos nas rodovias. Essa estatística quebra a lógica crescente de mortalidade dos acidentes. O número de acidentes, no entanto, continua subindo e cresceu 4,38% de um ano para outro. Apesar do aumento significativo, o número é comemorado, uma vez que o crescimento de acidentes de 2009 para 2010 foi muito maior, de 20,47%. A mudança nas estatísticas tem três motivos principais, segundo o professor do Laboratório de Sistemas de Transporte da Escola de Engenharia da UFRGS, Luiz Afonso Senna. De acordo com o doutor em engenharia de transporte, para entender o que ocorreu no último ano, é preciso analisar o crescimento expressivo nas estatísticas de acidentes e mortes que ocorreu nos anos anteriores. “A partir de 2008 e 2009, começou a entrar um contingente fantástico de automóveis no Estado, o que eu chamo de segundo milagre econômico, então o que provavelmente aconteceu é que essas pessoas que, agora, podem ter um carro, não estão acostumados a dirigir nas estradas, aumentando a acidentalidade”, explica. Depois desse crescimento exacerbado, houve um investimento maciço na melhoria das rodovias, principalmente as federais, que passaram a apresentar melhores condições de trafegabilidade, além da boa sinalização. Combinado a isso, reforça Senna, vieram campanhas educativas de trânsito e uma fiscalização mais efetiva e com equipamentos mais sofisticados das polícias rodoviárias federal e estadual. “A gravidade dos acidentes diminuiu. Também percebemos que a Lei Seca está se consolidando com o passar do tempo, a gente começa a perceber a consciência das pessoas”, cita Luiz Afonso Senna.  Já as autoridades policiais são enfáticas ao atribuir os índices menores da violência nas estradas à intensa fiscalização, especialmente nos trechos que, nos outros anos, apresentavam muitos acidentes. Na opinião do chefe da comunicação social da Polícia Rodoviária Federal (PRF), Alessandro Castro, o Estado se recupera agora de um 2010 assustador: “Naquele ano, tivemos um número de mortos muito alto, fora do padrão, o que nos fez intensificar as campanhas educativas e a fiscalização. O número de condutores embriagados autuados, por exemplo, subiu 70%”. Já o major Itacir Ramos, que responde interinamente pela chefia de operações do Comando Rodoviário da Brigada Militar, cita a importância de fiscalização diferenciada conforme a época do ano. “Intensificamos as abordagens nas férias e na época de festas”, explica.
(WWW.ZEROHORA.COM.BR ).

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