“Faltam policiais militares nas ruas do Rio Grande do Sul, e a
tropa em atividade na linha de frente se queixa há muito tempo das carências de
recursos e dos baixos salários. Esta é a realidade visível da BM no Estado. Uma
situação encoberta, só desvendada por reportagem publicada ontem em Zero Hora,
abriga uma elite de oficiais promovidos pelo governo por prestarem serviços a
outras instituições. As promoções são viabilizadas por uma artimanha política.
Como estão fora de função, os militares galgam altos postos desde que, como
revelam depoimentos de quem conhece essa realidade, estejam afinados com quem
está no poder.
É uma prática antiga, que lamentavelmente se perpetua. Só em outubro, conforme o levantamento, eram 13 coronéis, 3
É uma prática antiga, que lamentavelmente se perpetua. Só em outubro, conforme o levantamento, eram 13 coronéis, 3
s e aperfeiçoamentos reconhecidos pelo sistema
de promoções. Constata-se, no entanto, que os excessos ultrapassam a
razoabilidade e a economicidade, como destaca o procurador do Ministério
Público de Contas, Geraldo Da Camino. A promoção de oficiais no atacado é
condenável como ato administrativo. Sob o ponto de vista moral, é deplorável,
por se sustentar em critérios políticos, como diz o procurador e como atesta o
ex-comandante da BM Nelson Pafiadache da Rocha, que sabe do que fala. Por
tentar devolver os cedidos a funções na BM, mais de uma década atrás, o oficial
esbarrou nos amigos do rei, recompensados por apoios partidários, e durou pouco
tempo no cargo. A suspensão da prática, num Estado com tantas carências na
segurança, não é uma questão restrita a um chefe militar. É dever do alto
comando civil do Estado”.
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