sábado, 1 de fevereiro de 2014

O TRANSPORTE É PÚBLICO OU PRIVADO?



 Porto Alegre está sem seu transporte coletivo, o que prejudica todos os trabalhadores que precisam se deslocar para seu trabalho e depois voltar para casa. As causas desta greve são muitas, a começar pelos protestos de junho de 2013, que evitaram um aumento da tarifa, mantendo o preço congelado até agora. Por isso os donos das empresas alegam não ter dinheiro, pois o preço das passagens não permite a concessão de aumento no salário dos rodoviários. Pelo mesmo motivo nenhum ônibus foi adquirido em 2013, e os investimentos foram escassos. A população ficou usando ônibus com condições ruins, lotados e, em algumas linhas, atrasados e sem veículos suficientes para dar conta do número de passageiros. Outra causa da greve é a planilha de custos, um mistério para a população, com itens de difícil explicação, elaborados pelo poder público e pelas empresas, mas contestados pelo poder Judiciário. Acusações de parte a parte, grevistas, poder público e Judiciário, cada um com a sua versão sobre o tema. Conluios, acordos, ajustes obscuros, tudo sendo revelado na mídia. Assim segue a vida: a população sendo prejudicada pelo desacordo entre os patrões, com seus altos lucros, e os empregados das empresas, com seus salários congelados e condições de trabalho desfavoráveis. Cabe lembrar que o transporte público é uma concessão para a iniciativa privada, sem licitações para esta concessão há muito tempo e, quando se fala nisso, surgem informações de que não há interessados, que o custo é muito alto para manter o transporte público, ou seja, os que lá estão explorando o serviço parecem fazer um favor para a população. Há um cartel desse setor, sem nenhuma demonstração de mudança, ou seja, quem lá está não quer sair, e ninguém pode entrar no seleto grupo privado que controla as ações. Foi noticiado que em um único dia de greve os donos das empresas tiveram um prejuízo de 4 milhões de reais, ou seja, é um ótimo negócio. Muito lucro e pouco investimento. Os protestos de junho de 2013 queriam uma mudança em tudo isso, preço menor e serviço melhor, porém, não aconteceu, e chegamos a janeiro de 2014 com uma greve do transporte público sem termos esclarecidas as planilhas de custo nem o valor do lucro obtido pelas empresas. (Artigo assinado pelo tenente-coronel da BM, jornalista e escritor Paulo Franquilin, Correio do Povo. página 2).

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