Ações de Ofício de Policia Ostensiva e de Preservação da Ordem
Pública focadas na Inteligência sobre tipos criminais específicos, através de Entrevistas
Domiciliares Operacionais Programadas, visando a obtenção e análise e avaliação
de dados essenciais à prevenção à repetição, orientação para a prevenção e para
o planejamento dirigido de Polícia Ostensiva e de Preservação da Ordem Pública.
O tema da segurança pública tem despertado grande interesse
da sociedade e ocupado lugar de destaque na agenda política nacional e
internacional.
Os índices de criminalidade, o sentimento de insegurança e a
percepção coletiva de que o enfrentamento da criminalidade e o controle das
violências precisam ser aperfeiçoados impõe a necessidade novas ferramentas na
busca da maior interação com a comunidade, na busca da eficiência.
Há consenso acerca da necessidade da maior atenção,
integração e participação comunitárias nos processos que levam à solução de
problemas de segurança pública.
Polícia Comunitária é o caminho apontado para a
concretização de uma nova abordagem em Segurança Pública,
é inegável. Mas, quais instrumentos objetivos, sistematizados podem ser
utilizados? Como sistematizar coleta e análise de dados, como sistematizar a
coleta e análise das demandas e anseios da comunidade? Como obter com as
pessoas vitimadas dados e informações que estão além (ou ao largo) das
tradicionais coletas que visam a responsabilização penal?
Certo é que não apenas um, mas diversos instrumentos
integrados precisam ser utilizados.
Nesse diapasão, o Entrevistas Domiciliares Operacionais se
apresenta como instrumento apto a sistematizar visitas objetivas a pessoas
vitimadas por diversas modalidades de crime e violência, permitindo analisar
fatores influentes, vulnerabilidades, ameaças e nível de risco; mais,
estabelece um eficiente canal de comunicação, atenção e pessoalização,
orientação de procedimentos de segurança, com um componente em destaque:
inverte a lógica predominante de que a pessoas vitimada precisa procurar e
dirigir-se à polícia; de que precisa pedir
para fazer um simples registro, muitas vezes significando uma via crucis
que representa uma segunda vitimização.
Sem ser provocada, a polícia passa a procurar as vítimas,
não com o foco na apuração da infração penal – embora daí, provavelmente,
surjam elementos úteis – mas com o objetivo de compreender os componentes de um
cenário que permitiu a ocorrência de crime e violência, atender de forma
pessoalizada e interessada, analisar e compreender para emitir orientações
específicas e gerais fundamentadas.
Visa promover verdadeira e objetiva aproximação com a
comunidade para a detecção e o diagnóstico de fatores criminógenos, priorizando
a prevenção, identificando e gerenciando vulnerabilidades, fatores influentes,
aprofundar o conhecimento e o gerenciamento de riscos e causas de crime e
violência e, ao mesmo tempo, possibilitando à comunidade o protagonismo na
definição das prioridades das estratégias e ações de controle e de ordem
pública.
É instrumento provocador do envolvimento comunitário na
prevenção à violência e ao crime. Mais: visa mudança cultural, alterando o foco
prevalente policial sobre criminoso, crime e sanção penal para crime,
violência, fatores, vítima, danos e prevenção – no mais das vezes esquecidos ou
pouco estudados.
Pretende mudar a lógica da imagem da vítima como mero ator
secundário, quando deveria ser (é!) principal.
Trata-se de uma mudança necessária de uma posição passiva do
estado sobre a população vitimada – de fato ou pela constante sensação de
insegurança – em que a comunidade precisa procurar os órgãos de segurança
pública em suas instalações.
O Programa em questão busca mais: mobilizar policiais e
comunidade para compreender mais do que o evento isolado; provocar o
indispensável diagnóstico dos fatores influentes de segurança e ordem públicas,
em boa parte afetos a outros órgãos não policiais, mas que influem diretamente
no ambiente urbano, em sua organização e, evidentemente, afetam as condições
que atraem ou afastam crime e violência. Entender procedimentos e arquitetura
que tornam mais vulneráveis determinados pessoas, enfim, tentar entender as
razões que permitiram a ocorrência de crime e violência e a própria escolha da
vítima. Mas, e principalmente, atingirá o Programa o objetivo de reduzir a
sensação de esquecimento predominante.
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