CORREIO DO POVO
POLICIAIS DO PARANÁ REALIZAM OPERAÇÃO DESASTRADA NO RS (Capa e página 32) Um policial militar do 17º BPM foi morto por três policiais civis paranaenses, na madrugada de ontem, em Gravataí. A vítima, o sargento Ariel da Silva, 40 anos, do Setor de Inteligência do batalhão, foi atingida com cinco tiros quando trafegava com sua moto Honda, na avenida Planaltina, perto da ERS 020 e da entrada para o bairro Morada do Vale II. Os agentes estavam em uma viatura discreta, um Renault Logan, com placas de Curitiba. Eles investigavam um sequestro. O caso repercutiu fortemente na área da Segurança Pública, sobretudo na Brigada Militar, que abriu sindicância para apurar as circunstâncias do crime. Uma equipe da Polícia paranaense veio para o Estado. O inquérito é conduzido pela 2ª DP de Gravataí, pelo delegado Roland Short. Houve o recolhimento da pistola calibre 40 do PM, além de um fuzil 556, uma submetralhadora calibre 40 e de uma pistola calibre 40, que se encontravam com os agentes. Um dos objetivos é saber o calibre das balas que acertaram o brigadiano e se este atirou ou não com sua arma. Outras duas pistolas que estavam com os mesmos não foram apreendidas. O Renault Logan tinha uma perfuração de tiro no vidro traseiro. Na viatura havia um par de algemas, um colete à prova de balas e a foto de um suspeito. A versão apresentada pelos policiais paranaenses é de que o brigadiano atirou contra eles em uma abordagem e ocorreu então o revide com tiroteio. O coronel Silanus Mello, responsável pelo Comando de Policiamento Metropolitano da BM, não acredita na hipótese de o PM ter decidido abordar, de moto, um carro com três ocupantes. Ariel da Silva estava à paisana, de folga e voltava da casa do pai. "O sargento estava caído, ainda com vida, ao lado da moto e da sua pistola. Estava distante cerca de sete metros atrás do Logan", disse. O comandante do 17ºBPM, coronel Dirceu Francisco Rodrigues Lopes, também estranhou o posicionamento dos veículos na via, pois seria uma abordagem, no mínimo, estranha se a mesma tivesse ocorrido. Ele lembrou que o sargento atuava havia 18 meses no Setor de Inteligência do 17º BPM e, conforme sua função, no máximo, teria anotado as placas caso tivesse desconfiado do carro. O sargento tinha conduta considerada exemplar na corporação. O militar chegou a ser levado ao Hospital Dom João Becker, em Gravataí, mas não resistiu aos graves ferimentos. Ariel da Silva tinha 21 anos de atuação na Brigada Militar e deixa mulher e uma filha adolescente. O sepultamento será realizado hoje em Cachoeirinha. GRAVATAI
RANOLFO VÊ FALHA EM CONDUTA (Página 32) A vinda da equipe dos agentes da Polícia do PR não havia sido comunicada à BM e à Polícia Civil. O chefe da Polícia Civil, delegado Ranolfo Vieira Júnior, disse que o confronto poderia ter sido evitado se os policiais tivessem cumprido procedimentos básicos. "Por regra, eles sempre se apresentam antes à autoridade policial, comunicando o que vão fazer naquela circunscrição. Infelizmente, isso não ocorreu. PORTO ALEGRE
ENTIDADE PEDE APURAÇÃO RIGOROSA (Página 32) O vice-presidente da Associação dos Sargentos, Subtenentes e Tenentes da Brigada Militar, Olívio Moura, defendeu ontem apuração rigorosa do caso. "É impossível um sargento em uma moto reagir ou começar a atirar num carro com várias pessoas dentro. No mínimo, ele pediria reforço ou denunciaria se houvesse atitude ilícita ocorrendo com esse veículo", afirmou o dirigente da entidade de classe. PORTO ALEGRE
TARSO: ‘AÇÃO ILEGAL E IRRESPONSÁVEL’ (Página 32) O governador Tarso Genro fez duras críticas à atuação dos agentes paranaenses, que resultou na morte do sargento da BM Ariel da Silva, na madrugada de ontem. Tarso fez questão de interromper o anúncio do plano de obras rodoviárias para comentar o incidente, que criou constrangimentos dentro da Polícia Civil gaúcha. Para o governador, a Polícia paranaense não respeitou os direitos formais em comunicar à Polícia Civil do RS sobre a operação que estava desenvolvendo. "Esta cadeia de acontecimentos foi detonada por uma ação profundamente ilegal e irresponsável da Polícia do Paraná no Estado do Rio Grande do Sul", afirmou. "Foi ilegal e irresponsável e está sob suspeição. Tem que ser examinado o que vieram fazer aqui", assinalou. "O ponto de partida, na minha opinião, na opinião do governo, foram ações ilegais e suspeitas de policiais paranaenses, que entraram clandestinamente no Estado", criticou Tarso. O governador disse que o incidente será verificado. Tarso encaminhou à Corregedoria da Polícia gaúcha um pedido de investigação por que não houve prisão dos policiais paranaenses após o ocorrido. PORTO ALEGRE
JUSTIÇA DECRETA PRISÃO DE SUSPEITOS (Página 32) A Justiça decretou, ontem, a prisão temporária dos policiais civis paranaenses suspeitos de matar o sargento da BM Ariel da Silva. O Ministério Público avaliou que haveria justificativa para prisão em flagrante dos agentes, "pois sua ação no Estado era ilegal", disse o subprocurador-geral do MP, Marcelo Dornelles. Ele e um grupo de promotores vistoriaram o cativeiro e o local onde o militar foi morto. Dornelles garantiu que o MP acompanhará o caso até seu desfecho. Os policiais presos deverão estar à disposição das autoridades no RS nos próximos dias. Em depoimento, eles alegaram ter chegado tarde a Gravataí e que se apresentariam à Polícia na manhã seguinte. A Polícia Civil não realizou prisão em flagrante porque os agentes teriam colaborado ao entregar as armas e assumir a autoria dos disparos. PORTO ALEGRE
CONFUSÃO, TIROTEIO E REFÉM MORTO (Página 32) O cativeiro, onde era mantido refém o empresário paranaense Lírio Darci Persch, 50 anos, que acabou morrendo no confronto entre a Polícia e os sequestrados, foi estourado ontem à tarde. O outro empresário que estava encarcerado foi libertado, prestou depoimento e voltou para o Paraná. O imóvel onde as vítimas estavam, um sobrado alugado pelos sequestradores, na rua doutor Luiz Bastos do Prado, era insuspeito. Situado em uma via tranquila, a moradia, com entrada pela garagem, contava, na parte de cima com uma varanda. De acordo com moradores das proximidades, por volta do meio-dia, policiais, que estavam em uma viatura com placas do Paraná, rondavam a cercania. Após estacionarem, teria chegado uma viatura da Brigada Militar. Nesse momento, teria ocorrido uma discussão entre policiais, o que chamou a atenção da quadrilha - formada por gaúchos e paranaenses. Houve tiroteio, que resultou na morte de um refém. Três integrantes da gangue teriam fugido em um Clio, em direção ao Litoral. As delegacias da região e a BM estão em alerta. GRAVATAI
AGENTES IRIAM SE APRESENTAR AO DEIC (Página 32) A Polícia Civil do Paraná lamentou, por meio de nota, a morte do sargento da BM Ariel da Silva, em Gravataí. "O Departamento da Polícia Civil ressalta que a fatalidade ocorreu quando uma equipe do Grupo Tigre foi deslocada até o RS para dar prosseguimento a uma investigação sigilosa a respeito de uma quadrilha acusada de praticar o crime de extorsão mediante sequestro". Conforme o documento, os levantamentos do setor de inteligência indicavam que os suspeitos estariam agindo na região de Gravataí. O texto informa ainda que os policiais paranaenses tinham o objetivo de oficializar sua presença ao Departamento Estadual de Investigações Criminais (Deic) na manhã de ontem. Os policiais envolvidos se apresentaram à Corregedoria da Polícia ontem à tarde e permaneciam detidos na Delegacia de Furtos e Roubos de Veículos de Curitiba. O delegado-geral da Polícia Civil do Paraná, Marcus Vinícius Michelotto, lamentou e considerou precipitada a decisão da Justiça do RS de expedir a prisão temporária dos agentes. CURITIBA
PROVAS TÉCNICAS IRÃO ELUCIDAR CRIMES (Página 32) Eventos trágicos, consequentes da atividade policial. Esta é a avaliação preliminar, apresentada pela Polícia Civil gaúcha, em esclarecimento prestado ontem, em Gravataí, sobre a ação que resultou na morte de um policial militar e de uma das vítimas do sequestro, antes da prisão dos três suspeitos. Para o diretor do Departamento de Polícia Metropolitana, delegado Aníbal Germany, somente o fechamento dos inquéritos, com resultados de perícias técnicas, determinará responsabilidades sobre os eventos. Na avaliação do diretor da 1ª Delegacia Regional Metropolitana, delegado Leonel Carivali, o fato que determinou a morte de Lírio Darci Persch foi a forma como o cativeiro foi revelado. "O carro, do qual tínhamos informações, saiu de uma garagem no momento em que estávamos organizando a busca. Não tivemos uma tomada de cativeiro. O que aconteceu foi um confronto nos moldes de um assalto", explicou. Segundo Carivali, ao depararem o cerco policial, os suspeitos refugiaram-se e atiraram. Carivali afirmou que, antes das prisões, houve uma breve tentativa de negociação pela rendição dos criminosos. O delegado também revelou que Lírio e o refém libertado Osmar José Finckler foram atraídos por uma falsa proposta de venda de máquina agrícola. Segundo ele, os três presos possuem antecedentes por extorsão mediante sequestro e estariam pedindo resgate de R$ 50 mil. A quadrilha é suspeita de ter cometido pelo menos mais quatro sequestros no Paraná e no Rio Grande do Sul. GRAVATAI
DESASTRE TOTAL (COLUNA DE TALINE OPPITZ página 4) “Tarso Genro reagiu com a veemência necessária para a incrível ação desastrada dos policiais civis paranaenses no Rio Grande do Sul. Mas não basta chama-los de irresponsáveis. É preciso acionar o Ministério da Justiça e exigir punição exemplar ao governo do Paraná”.
ZERO HORA
AÇÃO DESASTRADA COM MORTES CONSTRANGE POLÍCIAS DE RS E PARANÁ (Capa, páginas 4,5 e Rosane de Oliveira) Ao investigar um sequestro de dois moradores do Paraná mantidos reféns no Rio Grande do Sul, a polícia paranaense deflagrou um episódio trágico que resultou na morte de dois inocentes e em um mal-estar entre os governos dos dois Estados. Ações confusas e desintegradas das polícias civis paranaense e gaúcha terminaram ontem em dupla tragédia, em Gravataí. Os agentes tentavam acabar com o sequestro de dois empresários do Paraná, mantidos em cativeiro no Estado. Ao investigar o caso, os policiais mataram dois inocentes. Um sargento da BM, confundido com bandido, foi morto por agentes paranaenses. Em outro ato, policiais civis gaúchos tentaram impedir a fuga dos sequestradores, e um dos reféns acabou morto. A falta de comunicação entre as polícias abriu uma crise entre os dois Estados. O governador Tarso Genro não economizou críticas aos policiais paranaenses, mas silenciou sobre a ação dos agentes gaúchos. “Foi uma ação profundamente ilegal e irresponsável da polícia do Paraná aqui no Estado do Rio Grande do Sul. E como foi ilegal e foi irresponsável, eu quero dizer que ela está sob suspeição. O que esses policiais vieram fazer aqui?” questiona o governador. Ainda sem saber das declarações de Tarso, o governo do Paraná minimizou o episódio. O governador Beto Richa deixou para o Departamento da Polícia Civil paranaense lançar nota oficial. O documento ressalta o fato de o sargento gaúcho não ter se identificado como policial e, após a morte dele, os agentes paranaenses terem agido “com a postura mais adequada possível”, solicitando socorro à vítima e se apresentando às autoridades. O primeiro incidente aconteceu à 1h30min de quarta-feira, quando o sargento da BM Ariel da Silva, 40 anos, foi atingido por quatro disparos na Avenida Sílvio de Freitas, em Gravataí. Os tiros foram dados por policiais civis do Grupo Tigre, unidade de elite da polícia paranaense. Sem se identificar, eles procuravam o cativeiro dos reféns. Conforme os agentes, o militar pilotava uma moto e os abordou, armado. Ele teria feito pelo menos quatro disparos e atingido o carro que eles ocupavam. Um dos agentes disparou uma rajada de submetralhadora calibre .40, matando o PM. Os policiais tiveram a prisão temporária decretada pela Justiça gaúcha. “Há sérios indícios de que os policiais civis do Paraná não possuíam autorização para estar na cidade, não apresentaram argumentos convincentes sobre o episódio e, possivelmente, tenham deturpado a seu favor os acontecimentos”, ressalta o pedido feito pelo promotor de Justiça André Luís Dal Molin Flores, de Gravataí. Os agentes envolvidos nesse primeiro tiroteio estão detidos em Curitiba (PR), para onde tinham voltado após prestar depoimento em Gravataí. A segunda morte aconteceu 12 horas depois da primeira. Uma segunda equipe de policiais civis paranaenses prosseguiu na investigação do sequestro e avisou policiais gaúchos sobre o possível local de cativeiro. Na tentativa de libertar os reféns, dois delegados gaúchos tirotearam com os sequestradores. Um dos empresários, Lírio Persch – natural de Novo Hamburgo, mas residente no Paraná – morreu e o outro, Osmar José Finkler, foi ferido por mordidas de cães da BM. O delegado Ranolfo Vieira Junior, chefe da Polícia Civil gaúcha, considera que não ocorreram falhas na ação: “Não se tratou de estourar cativeiro. Eles depararam com os bandidos saindo, armados”. O tiroteio aconteceu num sobrado da Rua Doutor Luiz Bastos do Prado, atrás da Câmara de Vereadores de Gravataí, no Centro. Três sequestradores (dois gaúchos e um paranaense) acabaram presos, com armas e toucas. GRAVATAÍ
SARGENTO DEDICOU 21 ANOS À BM (Página 5) Nascido em Porto Alegre, Ariel da Silva dedicou 21 dos seus 40 anos à BM e ao 17º BPM de Gravataí. “Era tranquilo. Mesmo como policial, ele era um apaziguador. Por isso a gente não ficava com medo de algum tiro ou confronto”, conta a cunhada, Sônia Aires, 27 anos. Nas folgas, o pai de uma adolescente de 16 anos e marido de Adriana era dedicado à família. Nos últimos dois anos, quando foi promovido a sargento, Ariel passou a atuar no serviço de inteligência e já planejava a aposentadoria. O enterro será hoje no Memorial da Colina, em Cachoeirinha. GRAVATAI
DUAS REGRAS BÁSICAS QUEBRADAS (Página 5) É para evitar mal-entendidos que podem resultar em tragédias como a de Gravataí que agentes de todo o Brasil têm uma regra: avisar os policiais de outros Estados, quando a investigação acontece na região deles. Isso não foi feito ontem e acabou na morte do sargento Ariel da Silva. Para completar a tragédia, partiu dos policiais gaúchos a quebra de uma segunda regra em casos de sequestros: não atirar contra os sequestradores, se esse ato representar algum risco aos reféns. Comunicar os colegas de investigações nas suas áreas de atuação é procedimento ensinado em todas as academias de polícia. Mesmo quando isso implica probabilidade de vazamento da informação, ensina o delegado Renato Hendges, que há 27 anos atua na equipe antissequestro da Polícia Civil de Santa Catarina. “Avisamos no mínimo a Chefia da Polícia do Estado onde vamos atuar. Quando já nos conhecemos e existe algum grau de confiança, nos reunimos com representantes de todas as polícias locais, montamos um QG, pedimos que a PM faça cerco. Colaboração total”, afirma Hendges, que atuou em mais de 40 sequestros. O delegado ressalta que não conhece o caso específico de Gravataí, mas acredita que possa ter ocorrido duplo erro: dos policiais civis, ao não informarem a presença. E do PM, ao abordar três desconhecidos sozinho. O coronel Altair Cunha, subcomandante da Brigada Militar e experiente em casos com reféns, resume com uma frase sua opinião sobre a ação dos policiais civis paranaenses: “Eles atuaram de forma clandestina e temerária num Estado sem avisar as autoridades competentes”. O delegado Cleber Ferreira, que tem mais de 30 anos na Polícia Civil gaúcha e lecionou Técnica de Investigação na Academia, diz que a ação dos colegas paranaenses é chamada, na gíria, de “pirataria”: “A primeira coisa que deveriam fazer era avisar a polícia local. Até porque, em caso de prisão, eles têm de apresentar os presos aqui”. Expert em negociar a libertação de reféns, com 22 casos resolvidos, o coronel da BM Rodolfo Pacheco é enfático: “A primeira preocupação tem de ser com a vítima. Saber onde está o refém, antes de atirar”. PORTO ALEGRE
DESINTEGRAÇÃO POLICIAL (COLUNA DE ROSANE DE OLIVEIRA PÁGINA 10 página 10) “Dois mortos em menos de 12 horas, na mesma desastrada operação que trouxe policiais do Paraná ao Rio Grande do Sul para desvendar um caso de sequestro. Parece resumo de filme B, mas é a síntese de um impressionante incidente ocorrido ontem em Gravataí e que escancarou a falta de integração entre as polícias dos dois Estados.
Pela reação do governador Tarso Genro, está deflagrada uma crise diplomática com o governo do vizinho Paraná, comandado pelo tucano Beto Richa. Tarso classificou como ilegal e irresponsável a operação dos policiais paranaenses e ressaltou que eles não respeitaram os procedimentos formais de comunicar à polícia gaúcha que estavam tentando localizar duas vítimas de sequestro. A presença em solo gaúcho só se tornou pública porque os policiais civis do Paraná mataram um brigadiano em circunstâncias ainda obscuras. O sargento Ariel da Silva, de 40 anos, foi atingido por quatro disparos de metralhadora. Na falta de testemunhas, sobrou a versão dos três policiais paranaenses, de que ele teria disparado contra o trio. A perícia e o inquérito policial deverão esclarecer os detalhes da morte do brigadiano, que estava de folga.
Pela reação do governador Tarso Genro, está deflagrada uma crise diplomática com o governo do vizinho Paraná, comandado pelo tucano Beto Richa. Tarso classificou como ilegal e irresponsável a operação dos policiais paranaenses e ressaltou que eles não respeitaram os procedimentos formais de comunicar à polícia gaúcha que estavam tentando localizar duas vítimas de sequestro. A presença em solo gaúcho só se tornou pública porque os policiais civis do Paraná mataram um brigadiano em circunstâncias ainda obscuras. O sargento Ariel da Silva, de 40 anos, foi atingido por quatro disparos de metralhadora. Na falta de testemunhas, sobrou a versão dos três policiais paranaenses, de que ele teria disparado contra o trio. A perícia e o inquérito policial deverão esclarecer os detalhes da morte do brigadiano, que estava de folga.
Como se o enredo já não fosse suficientemente intrincado, à tarde outra equipe de policiais paranaenses, trabalhando em conjunto com a Polícia Civil gaúcha, estourou o cativeiro em que estavam dois empresários sequestrados. Na troca de tiros, Lírio Persch, 50 anos, Foi morto. Admitindo-se que seja verdadeira a versão de que o brigadiano atirou no carro em que estavam os policiais paranaenses, resta a pergunta: por que a Polícia Civil gaúcha não foi comunicada da operação? Os policiais paranaenses integram um grupo de elite, o Tigre, mas executaram um brigadiano em território gaúcho. Na operação conjunta com a polícia gaúcha, um empresário acabou morto. São incontáveis as lacunas que precisam ser preenchidas até que gaúchos e paranaenses conheçam a história inteira e a Justiça julgue os que apertaram o gatilho”.
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