quarta-feira, 28 de dezembro de 2011

“PENSAMOS QUE ELE ERA UM CRIMINOSO (Zero Hora - capa e página 36)



Legítima defesa. Essa é a tese apresentada pelos três policiais civis paranaenses que mataram o sargento da Brigada Militar Ariel da Silva, dia 21, em uma desastrada operação em Gravataí. O trio envolvido na morte do militar prestou depoimento à Corregedoria da Polícia Civil do Rio Grande do Sul na tarde de ontem. Ariel estava à paisana quando foi morto com tiros de submetralhadora ao abordar os policiais civis do Tigre (unidade de elite da Polícia Civil paranaense), próximo à estrada Gravataí-Taquara (ERS-020). O grupo estava no Rio Grande do Sul para investigar sequestros envolvendo uma quadrilha formada por bandidos dos dois Estados. O policial que admitiu ter disparado contra o sargento se chama Alex (o nome todo não foi divulgado) e tem 11 anos de experiência. Ele disse que veio, com os colegas, investigar o paradeiro de uma quadrilha de sequestradores. Durante duas horas, na noite de 21, os agentes tentaram cruzar dados que mostravam a possível localização do QG da quadrilha, em Gravataí. Estavam quase desistindo, até por desconhecerem a cidade, quando perceberam que estariam sendo seguidos por uma motocicleta. A moto ultrapassou o Logan tripulado pelos agentes, fez meia volta e cruzou de novo pelo veículo, segundo os agentes. Os policiais civis decidiram parar o carro e esperar. Conforme Alex, o motociclista parou atrás e sacou uma pistola – possivelmente para abordá-los e checar quem eram. Alex, que estava no banco de trás, disse que engatilhou a submetralhadora e diz que, ao ver o motoqueiro sacar a pistola e disparar, disparou também. “Os disparos foram simultâneos. Pensamos que ele era um criminoso, talvez um segurança dos seqüestradores”, descreveu Alex.  Quatro tiros acertaram o sargento Ariel, no peito e na cabeça. Ele caiu disparando: deu quatro tiros, um dos quais acertou o Logan dos colegas paranaenses. O delegado Paulo Rogério Grillo, que conduziu o interrogatório, acredita que houve desconfiança mútua entre os policiais e que os paranaenses, até pelo adestramento intenso como tropa de elite, dispararam quando foram pressionados pela presença do estranho. Os agentes não informaram colegas gaúchos de que estavam no Estado em investigação e dizem que fariam isso apenas no dia seguinte. Uma reconstituição do crime, com presença dos policiais paranaenses, será realizada na semana que vem. Até lá, os policiais aguardarão presos – ainda não se sabe se ficarão no Rio Grande do Sul ou no Paraná. 

DEPOIMENTOS OCORRERAM EM SIGILO (Zero Hora - Página 36) A pressão do governo do Paraná, exigindo do Palácio Piratini garantias de integridade física e moral aos três policiais paranaenses envolvidos na morte do sargento gaúcho, fez efeito. Presos temporariamente pela morte, os agentes paranaenses foram interrogados ontem à tarde a portas fechadas no Palácio da Polícia Civil, em Porto Alegre, livres de eventuais hostilidades, constrangimentos e sem contato com a imprensa. Para evitar deslocamentos e a exposição dos agentes, os depoimentos foram colhidos dentro da Casa de Custódia Policial, no Grupamento de Operações Especiais (GOE), onde eles estão recolhidos desde as 23h de segunda-feira, quando chegaram de Curitiba escoltados por uma delegada e quatro agentes, que também evitaram entrevistas. Viaturas do GOE chegaram a fechar um dos acessos ao Palácio da Polícia. Um a um, os policiais do Paraná eram retirados da carceragem, caminhavam alguns passos e já estavam na sala para depor. Do lado de fora, um policial permitia a passagem apenas de pessoas autorizadas. PORTO ALEGRE

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