segunda-feira, 26 de dezembro de 2011

DOIS DESFECHOS FATAIS EM UMA MESMA QUARTA-FEIRA (ZERO HORA - Página 5)

Classificada de “ilegal e irresponsável” pelo governador Tarso Genro, a operação clandestina dos policiais paranaenses em solo gaúcho produz seu primeiro desfecho trágico quando o trio de agentes do Tigre chega a Gravataí e recebe uma nova missão de seus superiores.
O veículo discreto com os três homens, que percorre as ruas da cidade metropolitana durante a madrugada de quarta-feira, desperta a atenção do sargento Ariel da Silva, da Brigada Militar. À paisana e de capacete, ele segue o carro com uma moto. Em um semáforo, os dois veículos param. Disparos da submetralhadora Famae atravessam o vidro traseiro do automóvel e atingem mortalmente o sargento. O automóvel é alvejado pela arma do PM. Ainda não está esclarecido o que aconteceu e quem atirou primeiro.
Os paranaenses chamam a Brigada Militar. Com a chegada de colegas de farda de Silva, descobrem que mataram um PM. Encaminhados à Delegacia de Polícia de Pronto-Atendimento, entregam as armas e acionam os superiores em Curitiba. Figueiroa, o chefe do grupo de elite Tigre, é acordado durante a madrugada. Só então, informa o Departamento Estadual de Investigações Criminais gaúcho e o delegado regional de Gravataí Leonel Carivali sobre o possível sequestro em solo gaúcho. O policial paranaense envia de avião um delegado a Porto Alegre, com mais dois agentes.
No final da manhã de quarta-feira, o reforço paranaense está em Gravataí para ajudar a polícia gaúcha nas buscas. “Vamos à região onde o cativeiro pode estar, para fazer o levantamento”, diz Carivali .Agentes civis dos dois Estados deixam a Delegacia de Polícia de Pronto Atendimento e seguem para a região central de Gravataí. Apesar do desastre da madrugada, o problema da falta de comunicação entre as polícias ocorreria outras duas vezes, com novo desfecho trágico e fatal. Às14h, a 10 quarteirões do cativeiro, um grupo de policiais civis é abordado por viaturas da Brigada Militar.
“Quem são vocês? O que fazem circulando por aqui?”, questiona um PM.
Nesse momento, o restante do grupo, com os delegados gaúchos Leonel Carivali e Roland Short, estacionam na região suspeita. Por incrível que pareça, são abordados por outra guarnição da BM. Enquanto os policiais se identificam, os criminosos, que haviam instalado o cativeiro a poucos metros dali, abrem a porta da garagem. Percebem a presença da polícia. Os delegados, por sua vez, identificam a quadrilha
“Polícia! Polícia! Arma! Arma!”, grita o delegado Carivali antes dos tiros fatais.
Três tiros acertam a garagem e o Corsa dos criminosos. Momentos antes de ser libertado, Persch é atingido. Os bandidos fecham a garagem. Segue-se uma negociação breve e a rendição. É então que Finkler, capuz removido, descobre que o amigo está morto.

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Visite nosso Blog: http://cpmbmrs.blogspot.com.br - Comente a vontade nossas matérias. Obrigado.

Seguidores