terça-feira, 28 de agosto de 2012

Médicos são indiciados por negligência em morte por Gripe A


Profissionais do Hospital Montenegro irão responder por homicídio culposo


Dois médicos de Montenegro, no Vale do Caí, foram indiciados pela morte de um adolescente por Gripe A no mês passado. Para a polícia, houve negligência no atendimento do paciente, que procurou o Hospital Montenegro quatro vezes antes de morrer e em nenhuma delas recebeu Tamiflu, o medicamento indicado.

Acompanhado da família, Paulo Geovane de Souza, 15 anos, procurou o hospital pela primeira vez no dia 8 de julho com quadro de gripe, dores no corpo e na cabeça, tosse e falta de ar. Foi atendido e liberado. Nos dias que se seguiram a situação dele piorou, e o adolescente buscou atendimento nos dias 14, 15 e 16 de julho, quando finalmente foi internado.

De acordo com o delegado Marcelo Farias Pereira foi somente no último atendimento que os médicos decidiram pedir um exame para analisar se Paulo tinha Gripe A .

— Além disso o hospital comprovou que havia o medicamento necessário em estoque e a orientação da Secretaria da Saúde do Estado era de que em casos de suspeita da doença o Tamiflu deveria ser administrado. Houve negligência por parte dos médicos — ressalta Pereira.

O paciente morreu no dia 17 de julho. Moradores da localidade de Faxinal, no interior do município, os pais registraram ocorrência policial. O caso foi remetido à Justiça e também alvo de uma sindicância do Conselho Regional de Medicina. O delegado optou por não revelar os nomes dos médicos indiciados para não atrapalhar o andamento do processo.

— Entendo que não há necessidade de revelar os nomes. Em depoimento os médicos alegaram que o quadro do adolescente não apresentava os sintomas da Gripe A — explica.

A direção do Hospital Montenegro pediu à empresa que presta serviços médicos no local o afastamento dos profissionais.

— Estamos de certa forma tranquilos porque do ponto de vista estrutural nada faltou ao paciente. Tinha enfermeiros, médicos, Tamiflu, tudo que aquilo que daria retaguarda ao paciente. Como é uma questão de ato médico, precisamos que o Cremers tome suas providências e depois disso vamos tomar as medidas necessárias — afirma o diretor, Carlos Batista da Silveira.

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