A reação a um assalto terminou de maneira trágica, ontem, em Sapucaia do Sul. Ao mirar um assaltante, o dono de uma joalheria disparou. O ladrão se esquivou e, depois de percorrer cerca de cem metros, cruzando uma esquina, uma rua movimentada e um posto de combustíveis, a bala matou uma pedestre. Gerente operacional de uma loja no calçadão, perto do local do assalto, Elisandra da Silva Hamerski, 34 anos, caminhava ao lado do marido, em direção à igreja que ambos frequentavam diariamente. Tombou, às 11h20min, ao ser atingida pelas costas. Policiais militares chegaram a socorrê-la, mas morreu a caminho do Hospital Getúlio Vargas. O corre-corre chamou a atenção dos funcionários da loja, mas eles não imaginavam que a colega é que havia sido atingida. Até que o telefone tocou com o marido de Elisandra apavorado. “O desespero foi geral”, contou o gerente da loja, Adilson Gonçalves dos Santos. Faixas e cartazes de luto foram colados na porta do comércio em que Elisandra trabalhava havia 12 anos – recentemente fora promovida de coordenadora para gerente. Ela será enterrada hoje, no Cemitério Ecumênico Cristo Rei de São Leopoldo, às 15h.
DELEGADO ESTUDARÁ CASO PARA DEFINIR INDICIAMENTO (Página 39) No trajeto que liga a loja à joalheria, todos tentavam entender de onde o tiro havia partido. A surpresa foi geral quando a informação de que a bala não era nem dos policiais e nem dos assaltantes, mas do próprio dono do estabelecimento, Alvanir Manoel da Motta Rosa, 44 anos, vítima de seu quarto assalto. “Foram dois minutos, mas pareceu uma eternidade. Achei que fosse virar refém, sentia o tempo todo como se a arma estivesse nas minhas costas”, relata a mulher de Alvanir, Denise Rosa, rendida no caixa da joalheria, com uma funcionária e um cliente. Alvanir passou a tarde na delegacia. Titular da 2ª DP de Sapucaia do Sul, o delegado Eduardo Moraes abriu um inquérito para apurar a responsabilidade do comerciante. “Ele tinha que ter pensado antes de efetuar o disparo. O policial que é policial estava ali e não atirou por isso, o risco de atingir uma pessoa era grande. Ia sobrar para alguém e, nesse caso, alguém que não tinha nada a ver. Se não pegasse nela, poderia ter pego em outra pessoa”, diz o delegado. Ele adianta que estudará o caso para decidir se o indiciamento se dará por homicídio culposo, por imprudência, sem intenção de matar, ou se será por homicídio doloso, por ele ter assumido o risco de atingir uma pessoa. Os três assaltantes foram presos em flagrante e encaminhados para a Penitenciária Estadual do Jacuí.
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