(Zero Hora, página 34 com foto) Um policial militar à paisana reagiu e matou dois assaltantes que atacavam uma pet shop, no bairro Santana, em Porto Alegre, ontem pela manhã. O PM estava dentro do estabelecimento, de propriedade de um casal de amigos, tomando chimarrão, quando a dupla entrou no local, por volta das 9h. O sargento, de 40 anos, do Batalhão de Operações Especiais (BOE) – a pedido da família, que teme represálias, o nome do PM é omitido por ZH –, teria aproveitado um momento de distração dos ladrões e atirado. Na troca de tiros, o PM também ficou ferido, com um tiro na axila direita, e precisou ser socorrido ao Hospital de Pronto Socorro (HPS). Durante todo o dia, a equipe médica observou o ferimento, mas pelo inchaço não foi possível mexer no local. Novos exames foram feitos no começo da noite para estudar a retirada do projétil. A família aguardava também uma resposta ao pedido de remoção do sargento para o Hospital Militar. Um dos suspeitos foi identificado como Ilson Pereira Canqueirini, 33 anos, sem antecedentes criminais. Ele seria tio de Róbson Alves da Silva, 22 anos – também morto –, com antecedentes por roubo a comércio. De acordo com a polícia, um dos assaltantes estava armado com um revólver calibre 38 e teria anunciado o assalto enquanto deixava o sargento de joelhos. O PM esperou que os ladrões desviassem as atenções para o caixa e o balcão. Usando uma pistola, atirou quatro vezes em cada um dos assaltantes. “Nós não aconselhamos nem mesmo aos mais experientes reagir a um assalto. Mas, neste caso, o sargento soube medir bem a situação, como vítima e como profissional. Ele estava sozinho com os criminosos e escolheu o momento certo. Foi bem-sucedido”, avaliou o comandante do policiamento da Capital, tenente-coronel Paulo Moacyr Stocker. Conforme o levantamento do jornal Diário Gaúcho, 22 assaltantes já foram mortos este ano em reações de policiais na Região Metropolitana. PORTO ALEGRE
ENTREVISTA - “REAGI PORQUE NÃO TINHA ALTERNATIVA” (Zero Hora, página 34)
PM que matou assaltantes. Há 22 anos na Brigada Militar (BM) e há uma década no Batalhão de Operações Especiais (BOE), o sargento que matou dois assaltantes na manhã de ontem falou a Zero Hora enquanto se recuperava no HPS:
Zero Hora – Como foi o assalto? Sargento – Eu estava sozinho no estabelecimento do meu compadre quando entraram dois elementos pedindo coleira para cachorro. Eu perguntei qual tipo de coleira, e um deles disse que tinha “caído a casa” e que eu tinha “perdido”.
Zero Hora – Em que momento o senhor decidiu reagir? Sargento – Até ali tudo bem, mas um deles disse que o outro tinha que me revistar. Eles se distraíram para pegar o dinheiro no caixa, foi o momento que eu tive para reagir.
Zero Hora – O senhor tem ideia de quantos tiros foram dados no confronto? Sargento – Eu descarreguei minha pistola, são 15 tiros. Um deles (assaltantes) eu tenho certeza que descarregou um 38.
Zero Hora – E acabou tomando apenas um tiro. Sargento – Para quem acredita em Deus, foi uma mão divina. As balas passaram todas à minha volta e somente uma me atingiu. Eu senti a bala entrar nas costas, mas não sei se não entrou pelas costas ou pelo braço.
Zero Hora – O senhor recomenda que as pessoas reajam em situações como essa? Sargento – Nunca reajam. Eu reagi porque não tinha alternativa. Era a minha vida ou a minha vida. No momento em que eles descobrissem que eu era policial militar, eu certamente não estaria aqui conversando contigo.
Zero Hora – Já havia matado alguém? Sargento – Que eu me lembre, não.
Zero Hora – O senhor se considera um herói? Sargento – Não, nunca. Eu sou um sobrevivente.
CARRO ROUBADO DAVA A COBERTURA (Zero Hora, página 34)
Se o sargento agiu rápido, a reação do policiamento próximo foi exemplar. Depois do alerta de uma testemunha, a Brigada Militar localizou, minutos após o crime, um Gol, cor grafite, a cerca de cem metros da pet shop. Um homem e três mulheres foram detidos com o carro, que era roubado. A suspeita, confirmada pela Polícia Civil, era de que o veículo dava cobertura à dupla, tendo sido roubado menos de uma hora antes, no bairro Itu Sabará, na zona norte da Capital. Pouco depois das 8h, um carteiro de 55 anos foi atacado por dois homens – pelo menos um armado – quando deixava a mulher no trabalho. Ele reconheceu o rádio do veículo na mochila de um dos homens mortos no estabelecimento. Já no carro, os policiais encontraram um suspeito que no bolso dele estava o celular do carteiro que teve o Gol roubado. Além dele, que tinha antecedente por roubo e estava em liberdade condicional, estavam no carro uma mulher de 25 anos foragida e mais duas mulheres de 22 e 30 anos. Todos foram autuados em flagrante pelo roubo à pet shop e formação de quadrilha. PORTO ALEGRE
Para mim esse Sargento deve receber comendas de Herói!
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