(Artigo assinado pelo presidente da
Associação dos Oficiais da BM, José Carlos Riccardi Guimarães, página 2) Afora
a excepcionalidade do fato, nenhum cântico para entoar o ato bravo de uma
capitã da Brigada Militar. Às vezes, fazendo parecer que a obrigação e a
indiferença justificam o silêncio contemplativo de que foi apenas mais um
capítulo vulgar da história da violência que se incrustou no Rio Grande do Sul.
É possível, até, que nem seja digno de espaço na mídia ou de apreciação pelos
melhores filósofos e historiadores do jornalismo local. Por um lado, pode ser
que colocar a farda e estar de serviço nos faça pensar que o risco à vida é
óbvio e, por isso, nada mais a considerar. Por outro, a proliferação da
indiferença como sentimento altivo indica que dá para varrer toda a vicejante
mazela para baixo do tapete, esquecer-se de imediato e seguir a vida com naturalidade.
Mas também é possível dar um paradigma mais apropriado quando se trata da vida
de nossos semelhantes, em especial quando não são nossos parentes ou amigos. Na
madrugada de sábado (5/10/2013), em Gravataí, no bairro Vila Rica, a capitã da
Brigada Militar Deise Kologeski intercedeu para evitar que um assalto
prosperasse, sendo recebida, junto com o motorista de sua viatura, a tiros pelo
delinquente, ao que revidou. Do tiroteio restou à capitã Deise um tiro no
peito, aparado pelo colete à prova de balas... Vamos parar aqui! E vamos
retroceder à manhã do dia anterior! Antes de entrar em serviço, em uma escala
massacrante de 24 horas, a capitã Deise cuida de sua família, prepara seu filho
de 3 anos e o seu marido para mais um dia de ausência. Deixa o lar para
proteger a sociedade, na incerteza do retorno, mas na certeza de que seu senso
ético e moral, sua coragem, seu desprendimento, sua noção de cumprimento do
dever são maiores naquele momento, e vai à luta contra o crime que sangra nossa
sociedade, dilacera o patrimônio e a vida de nossos amigos, vizinhos e
familiares. E tão-somente por isso não há que se deixar prosperar a indiferença
e o silêncio contemplativo. Os oficiais da Brigada Militar, legítimos e
verdadeiros ouvidos dos clamores por melhor segurança pública no Rio Grande do
Sul, se unem em coro para manifestar apreço, gratidão, consideração e respeito
por essa mulher, mãe e policial. Obrigado, capitã Deise, por honrar a farda da
Brigada Militar. Com a palavra, os sedizentes defensores dos direitos humanos.
Fato! A suposta “lei” esta segregada e a sociedade postergada.
ResponderExcluirQue Deus nos ajude!