quinta-feira, 17 de outubro de 2013

A capitã e seu corpo fechado



A humanidade sempre procurou diversas maneiras de proteger-se contra qualquer infortúnio, para tanto lançava mão, e ainda lança em certa medida, de dezenas de métodos para alcançar a proteção, o corpo fechado.
Na prática, faz orações, rezas, rituais dos mais diversos, a fim de afastar coisas ruins, especialmente a morte. Essas ações humanas geram uma sensação de segurança naquele que a pratica, apesar de não apresentar comprovação científica.
Com as mudanças sociais e as transformações dos valores humanos, percebe-se considerável afastamento do mundo místico na atualidade, e consequente utilização da razão e da ciência como marco referencial para as condutas humanas, o apelo ao mundo espiritual perdeu força, porém não deixou de existir.
Hoje, o mundo se explica através da ciência, depois de ter passado pelo estágio teológico e metafísico que também o explicavam, mas com limitações. Na modernidade, não bastam apelos aos orixás ou a Jeová – e não retiro a importância para quem acredita - mas para manter-se vivo é preciso outras condutas.
E aqui paro com a polêmica, porque toda a reflexão acima serve para ajudar a explicar ocorrido com a capitã Deise, que levou um tiro no peito e está viva. Sim, viva!
O fato ocorre no dia 05 de outubro, durante a noite. A policial militar foi abordar um homem suspeito, este sacou uma arma de fogo e começou a efetuar disparos contra a oficial, no total sete tiros.
 Um, dos sete disparos, acertou-lhe o tórax na altura do coração, porém a região estava protegida pelo colete balístico e a munição não o transfixou, mantendo a integridade física da capitã.
Evidente, pois, que junto com toda a fé que a capitã poderia nutrir na sua crença, sem o colete o disparo teria atingido-lhe o coração. Certo, como o tiro dado, o colete salvou-lhe a vida.
Infelizmente uma considerável parcela das pessoas não se preocupa com equipamentos de proteção individual em sua atividade laboral, outras tantas são imprudentes no trânsito. Isso ajuda a explicar a alta mortalidade de pessoas no nosso dia a dia e ajuda a explicar também, o grande número de acidentes de trânsito ou de trabalho com resultado morte ou lesões graves.
 E morre muitas pessoas todo o dia, das mais explicáveis e absurdas formas.  Isto porque muitas pessoas acreditam que jamais serão vítimas, imaginando estarem com o corpo fechado, crendo que são pessoas especiais, imunes.
Mas a morte chega quando menos se espera. Neste ano 330 motociclistas já morreram apenas no Rio Grande do Sul, e morrerão mais 50 até o final do ano. Para afirmar isso nem precisa de bola de cristal ou magia, apenas critérios estatísticos e por consequência científicos.
A capitã Deise não morreu, e deu-nos um exemplo prático de como não morrer. Ela soube usar a ciência a seu favor, ela soube usar os equipamentos de proteção individual, e soube usar a técnica. Ela estava sim com o corpo fechado, mas fechado pela razão, pela consciência e pelo amor a família e a sua vida.
Então, pense nisso! E não esqueça de rezar,  porque os outros seis tiros foram parar em algum lugar....

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