A humanidade sempre procurou diversas maneiras de
proteger-se contra qualquer infortúnio, para tanto lançava mão, e ainda lança
em certa medida, de dezenas de métodos para alcançar a proteção, o corpo
fechado.
Na prática, faz orações, rezas, rituais dos mais diversos, a
fim de afastar coisas ruins, especialmente a morte. Essas ações humanas geram
uma sensação de segurança naquele que a pratica, apesar de não apresentar
comprovação científica.
Com as mudanças sociais e as transformações dos valores
humanos, percebe-se considerável afastamento do mundo místico na atualidade, e
consequente utilização da razão e da ciência como marco referencial para as
condutas humanas, o apelo ao mundo espiritual perdeu força, porém não deixou de
existir.
Hoje, o mundo se explica através da ciência, depois de ter
passado pelo estágio teológico e metafísico que também o explicavam, mas com
limitações. Na modernidade, não bastam apelos aos orixás ou a Jeová – e não
retiro a importância para quem acredita - mas para manter-se vivo é preciso
outras condutas.
E aqui paro com a polêmica, porque toda a reflexão acima
serve para ajudar a explicar ocorrido com a capitã Deise, que levou um tiro no
peito e está viva. Sim, viva!
O fato ocorre no dia 05 de outubro, durante a noite. A
policial militar foi abordar um homem suspeito, este sacou uma arma de fogo e
começou a efetuar disparos contra a oficial, no total sete tiros.
Um, dos sete disparos,
acertou-lhe o tórax na altura do coração, porém a região estava protegida pelo
colete balístico e a munição não o transfixou, mantendo a integridade física da
capitã.
Evidente, pois, que junto com toda a fé que a capitã poderia
nutrir na sua crença, sem o colete o disparo teria atingido-lhe o coração.
Certo, como o tiro dado, o colete salvou-lhe a vida.
Infelizmente uma considerável parcela das pessoas não se
preocupa com equipamentos de proteção individual em sua atividade laboral,
outras tantas são imprudentes no trânsito. Isso ajuda a explicar a alta
mortalidade de pessoas no nosso dia a dia e ajuda a explicar também, o grande
número de acidentes de trânsito ou de trabalho com resultado morte ou lesões
graves.
E morre muitas
pessoas todo o dia, das mais explicáveis e absurdas formas. Isto porque muitas pessoas acreditam que
jamais serão vítimas, imaginando estarem com o corpo fechado, crendo que são pessoas
especiais, imunes.
Mas a morte chega quando menos se espera. Neste ano 330
motociclistas já morreram apenas no Rio Grande do Sul, e morrerão mais 50 até o
final do ano. Para afirmar isso nem precisa de bola de cristal ou magia, apenas
critérios estatísticos e por consequência científicos.
A capitã Deise não morreu, e deu-nos um exemplo prático de
como não morrer. Ela soube usar a ciência a seu favor, ela soube usar os
equipamentos de proteção individual, e soube usar a técnica. Ela estava sim com
o corpo fechado, mas fechado pela razão, pela consciência e pelo amor a família
e a sua vida.
Então, pense nisso! E não esqueça de rezar, porque os outros seis tiros foram parar em
algum lugar....
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