segunda-feira, 4 de abril de 2011

COMBATE AS DROGAS EM CACHOEIRINHA/RS TEM NOVO MODELO

INICIATIVA PIONEIRA - Novo modelo de combate às drogas  - Cachoeirinha inaugura hoje unidade de reabilitação gratuita a dependentes químicos que será bancada somente pelo município - Um novo modelo de enfrentamento da epidemia do crack surge no Rio Grande do Sul. Com recursos próprios, prefeituras gaúchas criam suas comunidades terapêuticas para tratar e reabilitar dependentes químicos.
Duas semanas após Bento Gonçalves abrir vagas para o tratamento de pessoas que passaram a usar drogas, o município de Cachoeirinha inaugura hoje a Comunidade Terapêutica Pública Reviver. Em uma área de 11 hectares cercada pelo verde e afastada da zona urbana, 30 homens a partir dos 18 anos buscam uma chance de reinserção. Sem intervenção medicamentosa, o tratamento de nove meses será acompanhado de uma série de atividades, com o objetivo de livrar a mente do consumo de entorpecentes. Os internos terão a oportunidade de complementar os estudos, participar de oficinas profissionalizantes, trabalhar e plantar.
Como o atendimento é integralmente bancado pela prefeitura, o trabalho será a contrapartida dos internos à sociedade. Produtos agrícolas irão para a mesa da própria unidade e para a de creches e escolas municipais. Fraldas geriátricas, que passarão a ser produzidas, serão repassadas a asilos, gerando economia dos gastos atuais.
Diferentemente do município serrano, que mantém o centro, mas não o administra diretamente (a função é assumida pela Associação Vida Livre, por meio de convênio), a prefeitura de Cachoeirinha é responsável por todo o processo, o que seria uma das iniciativas pioneiras no país. Uma equipe de servidores composta por médico, psicólogo, psiquiatra, enfermeiro, nutricionista e assistente social fará o acompanhamento dos internos.
A criação do centro de reabilitação foi idealizada pelo prefeito Vicente Pires, 48 anos, há alguns anos. Dependente químico recuperado, ele assumiu o projeto como compromisso de vida, depois dos problemas que enfrentou por causa das drogas que consumiu entre os 18 e os 35 anos.
Foram investidos R$ 1,2 milhão para a aquisição da área na Avenida Frederico Ritter e R$ 600 mil com a compra de móveis, equipamentos e utensílios. Por mês, o custo de manutenção deve ficar ao redor de R$ 35 mil.– Queríamos abrir 120 vagas desde o início, mas não fomos contemplados com recursos do Ministério da Justiça. Com o tempo, queremos ampliar, já que a área comporta mais gente e sabemos do impacto das drogas na criminalidade, agressões, abusos e violência – explica Pires.
Atendimento será apenas a moradores da cidade:
O atendimento, que não segue princípios religiosos, é voltado apenas a moradores da cidade. O grupo inicial já estava em tratamento contra as drogas em uma comunidade terapêutica de Montenegro, conveniada à prefeitura. Antes, cada um dos internos passou um período em um grupo de ajuda mútua, nos moldes dos encontros dos alcoólicos anônimos.
– É uma iniciativa modelar, sem dúvida. É importante que, antes do ingresso, cada interno tenha uma avaliação, porque a maioria tem outra condição além da dependência química – avalia o psiquiatra Carlos Salgado, presidente da Associação Brasileira de Estudos sobre o Álcool e Outras Drogas.
(Zero Hora, pag. 30, de 02/04/11).

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