quarta-feira, 10 de novembro de 2010

Comando de Policiamento Metroplitano desarticula quadrilha


Soldados da Brigada Militar estariam trabalhando para uma quadrilha de traficantes liderada por mulheres de presos em Canoas, na Região Metropolitana. É o que afirmam integrantes do setor de inteligência do Comando Metropolitano de Policiamento e do Ministério Público que comandaram ontem a Operação Guajuviras. A operação que mobilizou cerca de 300 policiais militares desarticulou a organização, prendeu 20 suspeitos – entre eles, os dois policiais –, apreendeu R$ 27 mil em dinheiro e apreendeu armas e drogas. A investigação se iniciou há seis meses, quando oficiais do 15º Batalhão de Polícia Militar passaram a suspeitar da conduta dos soldados Joi Everton Paz e Jairo Ricardo Germano. – Começamos a investigar os policiais e verificamos que eles ganhavam pequenas quantias em dinheiro de um determinado grupo para reprimir traficantes rivais no Guajuviras – conta o major Adriano Klafke, responsável pelo setor de inteligência do Comando Metropolitano de Policiamento (CPM). A suposta beneficiada era Deise Lause Fernandes, 28 anos, apontada como uma das líderes do tráfico no bairro Guajuviras, em Canoas. Em entrevista coletiva, da qual participou subprocurador-geral de Justiça para Assuntos Institucionais, Luiz Carlos Ziomkowski, pelo menos cinco diálogos envolvendo Deise e Paz foram apresentados. Nas conversas, o PM é aparece pedindo dinheiro da suspeita. A partir da relação entre Deise e os PMs, a equipe chefiada pelo major Klafke e pelo promotor criminal de Canoas Amilcar Macedo identificou, através de grampos telefônicos, uma rede criminosa com ramificações no Presídio Central e na Penitenciária Feminina Madre Pelletier, em Porto Alegre, em Novo Hamburgo, São Leopoldo e Canoas. – São algumas quadrilhas, sem ligação entre elas, que se associam para traficar – detalha Macedo. Detentos receberiam celulares e videogames Em comum, segundo a investigação, também há o fato de seis mulheres apontadas como líderes assumirem nas ruas funções anteriormente ocupadas por seus maridos, todos presos. Uma delas, Graciele Rodrigues da Silva, apontada pelo MP como a principal fornecedora de crack e maconha para o grupo, distribuía a droga em um bar, na frente do Presídio Central. Conforme Klafke, ela distribuía cerca de quatro a seis quilos de crack por semana. Zero Hora não localizou os advogados dos envolvidos para ouvir as suas versões. Dos 17 detidos preventivamente, sete já estavam presos. Outras três pessoas foram presas em flagrante. Com o grupo, havia 17 telefones celulares embrulhados em fitas adesivas – a maioria com acesso à internet – e dois videogames Playstation que seriam levados a detentos no Central.
carlos.etchichury@zerohora.com.br CARLOS ETCHICHURY. Relação perigosa Trecho de diálogo entre a traficante Deise Fernades e o PM Joi Everton Paz, segundo a promotoria de Canoas: Deise – Que bagulho tu tá falando? Paz – O bagulho, meu. Deise – O dinheiro? Fala claro para eu entender. Paz – É. Deise – Tu quer ele agora? Paz – Claro. Deise – Quanto? Não tenho muito em casa. Paz – Manda uma quantia pela (inaudível) que eu abordo ela na rua. Rápido.

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