UMA NOTA PARA RITA LEE (COLUNA DE OSCAR BESSI FILHO. Correio do Povo. Página 21) “Que flagra! De repente, o filme queimou. Logo no último show. A turma toda logo vaiou - e ainda bem que só vaiou, poderia ter sido pior. Muito pior. Poderia ter causado uma tragédia. Sorte que a Polícia teve controle suficiente para não embarcar no tititi. Coisa da erva venenosa, talvez. É. O veneno é cruel, pior que cobra cascavel: as pobres mães dos milhares de jovens, que buscam desesperadamente recuperação, que o digam. As que choram seus filhos mortos pelas drogas, pelos traficantes ou nos assaltos que se viram fazendo para sustentar seu vício. Nem todo mundo é só ovelha negra na família e leva essa vida sossegada, regada de sombra a água fresca, desafiando as leis e a lógica só para se divertir ou vender disco. Não. Nem todos podem ser meros doces vampiros. Para a grande maioria, é prejuízo. Nada além de uma desgraça irremediável.
Onde houver multidão, haverá Polícia. Qualquer um sabe. Qualquer um quer. Haverá um trabalho de segurança pública. Show de rock, sertanejo, festa, passeata ou evento religioso. Homens e mulheres deixarão suas famílias, planejarão as ações em seus mínimos detalhes e estarão lá, muito antes de a festa começar até além do seu término, apenas para impedir o descontrole. O risco. Pela possibilidade de violência. De agressões, abusos, espancamentos, assaltos. A Polícia não vai lá para ouvir música ou se divertir. Não. Vai só preservar quem lá está, mesmo que não se esteja nem aí para esses policiais. Não importam o passado, os vícios ou as manias de um artista. Há um bem maior em jogo: o coletivo. O show da Rita Lee em Aracaju poderia ser trágico, não fosse a excelência da Polícia Militar de Sergipe. Mesmo ofendida, ultrajada e desafiada, a PM esperou o show terminar para adotar providências, não entrando no ritmo da insanidade da cantora paulista. O governador sergipano Marcelo Déda (PT) estava lá e é a maior testemunha a favor dos policiais. Ele garante: nada, nenhum abuso se fez para provocar a ira e os palavrões baixos de Rita Lee. Nada. E, como pai de um jovem que também estava lá, ele ficou com o coração na mão. Difícil bailar contigo assim, Rita Lee. Pense na vida do próximo. Ela é maior que tuas opções de vícios, tuas modas desbotadas, tua irresponsabilidade nada inteligente. Jogar com a vida alheia não é rock and roll. Pense nos garotos que ali estavam e poderiam ter tido uma noite trágica graças ao teu rompante. Feio, para uma avó. Uma nota pra ti? Difícil. Mas, pelo menos, desculpe-se pelo auê”.
Onde houver multidão, haverá Polícia. Qualquer um sabe. Qualquer um quer. Haverá um trabalho de segurança pública. Show de rock, sertanejo, festa, passeata ou evento religioso. Homens e mulheres deixarão suas famílias, planejarão as ações em seus mínimos detalhes e estarão lá, muito antes de a festa começar até além do seu término, apenas para impedir o descontrole. O risco. Pela possibilidade de violência. De agressões, abusos, espancamentos, assaltos. A Polícia não vai lá para ouvir música ou se divertir. Não. Vai só preservar quem lá está, mesmo que não se esteja nem aí para esses policiais. Não importam o passado, os vícios ou as manias de um artista. Há um bem maior em jogo: o coletivo. O show da Rita Lee em Aracaju poderia ser trágico, não fosse a excelência da Polícia Militar de Sergipe. Mesmo ofendida, ultrajada e desafiada, a PM esperou o show terminar para adotar providências, não entrando no ritmo da insanidade da cantora paulista. O governador sergipano Marcelo Déda (PT) estava lá e é a maior testemunha a favor dos policiais. Ele garante: nada, nenhum abuso se fez para provocar a ira e os palavrões baixos de Rita Lee. Nada. E, como pai de um jovem que também estava lá, ele ficou com o coração na mão. Difícil bailar contigo assim, Rita Lee. Pense na vida do próximo. Ela é maior que tuas opções de vícios, tuas modas desbotadas, tua irresponsabilidade nada inteligente. Jogar com a vida alheia não é rock and roll. Pense nos garotos que ali estavam e poderiam ter tido uma noite trágica graças ao teu rompante. Feio, para uma avó. Uma nota pra ti? Difícil. Mas, pelo menos, desculpe-se pelo auê”.
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