quarta-feira, 11 de fevereiro de 2015
“VAQUINHA” DE CRIMINOSOS PARA COMPRA DE ARMAS - 50 FUZIS
A partir das celas da Penitenciária de Alta Segurança de Charqueadas (Pasc), a facção Os Manos planejava havia pelo menos um ano uma “vaquinha” milionária. Os valores, estimados em R$ 1,3 milhão, seriam arrecadados com a “mensalidade” de R$ 200 de pelo menos 450 criminosos ligados à organização do Vale do Sinos. O pagamento seria a principal cláusula do “estatuto dos Manos”, que vinha sendo criado dentro da cadeia. A revelação foi feita ontem pelo Ministério Público Estadual (MP), com a deflagração da Operação Kommunication, em conjunto com a Brigada Militar e a Susepe. O plano foi descoberto a partir de escutas telefônicas autorizadas pela Justiça. Ao todo, foram apreendidos R$ 32 mil durante 12 meses de investigações, além de cédulas de euros, dólares e até moeda chinesa. O principal objetivo da facção era munir-se de armas. Em uma das escutas, um dos presos admite ter comprado um lote de 50 fuzis. Desde setembro do ano passado, o MP está à caça deste arsenal. “É como se fossem empresários se organizando em consórcio para dominar um mercado a partir dos seus escritórios”, resume o promotor Ricardo Herbstrith, que, em abril de 2014, desencadeou a primeira fase da ofensiva contra os Manos. Na ocasião, a Operação Praefectus revelou como a facção exige pagamentos dos detentos de suas galerias no Presídio Central. Ontem, 13 pessoas foram presas – cinco já eram detentos na Pasc e na Modulada de Charqueadas. O restante foi capturado em Campo Bom, São Leopoldo, Guaíba, Igrejinha e Porto Alegre. Em cinco celas da Pasc, também foram localizados cinco celulares e 10 chips. Ao longo da investigação, foram presas 30 pessoas, com apreensões de 31 quilos de crack, 32 de maconha e cinco de cocaína, três carros clonados, um fuzil, 10 pistolas, duas espingardas, uma submetralhadora e três coletes. De dentro da Pasc, também partiam ordens para execução de inimigos e, em pelo menos um caso flagrado pelas escutas, um detento, com o apelido de Maria, ouve o crime sendo cometido na Serra. “Foi frustrante para nós, porque no momento que interceptamos a informação, não conseguimos precisar onde era”, afirma o promotor Ricardo Herbstrith. Maria é apontado como um dos gerentes do bando. Eles transmitiam a maior parte das ordens para evitar a interceptação de patrões.Em setembro de 2014, descontentes com um gerente do tráfico em um loteamento da Vila Santa Marta, no bairro Campina, em São Leopoldo, a facção ordenou invasão à vila. Na ocasião, oito homens armados em uma Kombi foram interceptados pela Brigada Militar – três pessoas morreram.
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