MORTE DE REFÉM - Justiça aceita denúncia contra três delegados - Agricultor sequestrado morreu em operação desastrada da polícia, que vitimou também um PM - (Zero-Hora. PAG 46) - A 1ª Vara Criminal de Gravataí aceitou a denúncia do Ministério Público Estadual contra 12 pessoas envolvidas na morte de um refém, numa desastrada operação policial ocorrida em 21 de dezembro de 2011, em Gravataí, na Região Metropolitana. Entre os denunciados, estão o delegado gaúcho Leonel Fagundes Carivali, os delegados do Paraná Danilo Zarlenga Crispim e Renato Bastos Figueiro e o investigador do mesmo Estado Fábio Lacerda Gusmão. No caso do delegado Carivali, a juíza Eda Salete Zanatta de Miranda aceitou a denúncia do MP contra ele pela morte do agricultor Lírio Darcy Persch, 50 anos. Os policiais civis do Paraná foram denunciados por omissão penalmente relevante com relação ao crime de extorsão mediante sequestro (como o fato de a polícia gaúcha não ter sido avisada da ação paranaense). Além disso, a juíza determinou a prisão preventiva de cinco suspeitos de terem participado do sequestro do agricultor. Outros três suspeitos de participarem da ação já tinham contra si mandados de prisão preventiva. Eles foram presos após operação da Polícia Civil, que resultou no estouro do cativeiro, em Gravataí, onde estava o agricultor morto e um amigo, Osmar José Finkler, que acabou sendo libertado. Em janeiro, o delegado Leonel Carivali pediu exoneração do cargo de diretor da 1ª Delegacia Regional Metropolitana. O ofício foi encaminhado ao chefe de Polícia, delegado Ranolfo Vieira Júnior, que informou que acatou a solicitação. O motivo do pedido de exoneração do cargo se deve, segundo o ofício, ao seu indiciamento, que teria deixado sua permanência na função inviável. No dia 20 de janeiro, Carivali foi indiciado pela Corregedoria da Polícia Civil pela morte do agricultor. No dia 13 de janeiro, em entrevista a Zero Hora, o delegado gaúcho alegou legítima defesa, dizendo que disparou em resposta ao tiro dado pelo sequestrador. JOCIMAR FARINA
ENTENDA O CASO |
- Na noite de 20 de dezembro de 2011, três policiais civis do Grupo Tigre do Paraná chegam ao Rio Grande do Sul para investigar uma quadrilha que mantinha em cárcere privado dois agricultores moradores daquele Estado. |
- Em uma viatura discreta, procuram pelo cativeiro em Gravataí, na Região Metropolitana. No bairro Morada do Vale II, eles cruzam com o sargento Ariel da Silva, à paisana, que estava de folga e em uma motocicleta. Após desconfiança mútua, teria ocorrido uma troca de tiros. Cinco deles atingiram o PM. Um laudo pericial do Instituto-geral de Perícias (IGP) revelou posteriormente que o sargento havia ingerido álcool antes de morrer. |
- Os policiais civis paranaenses, que estiveram envolvidos na morte do sargento Ariel da Silva, na madrugada daquele dia, tiveram prisão preventiva decretada. O inquérito que investiga a morte do PM ainda não foi concluído. |
- Uma segunda equipe do Paraná, com quatro agentes, chega a Gravataí para continuar as buscas aos reféns. São seguidos pela Polícia Civil gaúcha. A Brigada Militar não é informada da ação. Os carros discretos dos policiais civis chama a atenção de moradores, que ligam para o telefone 190. |
- PMs abordam os policiais na Rua Doutor Luiz bastos do Prado. Em seguida, um Corsa com placas procuradas pelos agentes começa a sair de ré da garagem de um sobrado com cinco pessoas em seu interior (três bandidos e dois reféns). |
- Os sequestradores deixavam o cativeiro, após receberem o resgate, para libertar os agricultores. |
- Os policiais identificam as placas do carro e correm em direção à casa. O delegado Carivali afirmou que atirou após um dos criminosos ameaçar sacar uma arma. O tiro atingiu o agricultor Lírio Persch, que acabou morrendo |
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